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Uma líder nata: Maria Shirlainy e a capacidade de revelar o melhor das pessoas

Maria Shirlainy se destaca como uma liderança que alia visão estratégica, foco em pessoas e capacidade real de transformar equipes. Gestora de Alta Performance, com graduação em Turismo e MBAs em Gestão de Pessoas e Gestão Hospitalar, ela acumula mais de 15 anos de experiência em posições de liderança e gerência operacional, sempre orientada pelo desenvolvimento humano como motor de resultados.

Coach, Treinadora Experiencial e Analista de Perfil Comportamental, Maria conduz processos formativos que impulsionam líderes e fortalecem equipes, unindo técnica, sensibilidade e método. À frente da MS Coach Consultoria, atua na criação de soluções de alto impacto em treinamento e desenvolvimento comportamental. Sua trajetória inspira pela maturidade, consistência e pela capacidade de revelar o melhor das pessoas – e é dessa liderança que ela compartilha nesta entrevista. Vem ver:

 

Como começou a sua trajetória como líder?

A verdade é que a minha trajetória como líder começa muito cedo. Sempre tive esse perfil de conduzir os grupos dos quais eu participava, ainda na época da escola. Mesmo quando eu não me colocava voluntariamente em posições de liderança, esse comportamento já era algo inato em mim, reconhecido pelas pessoas ao meu redor.

Com o tempo, isso foi se tornando cada vez mais evidente, até que compreendi que faz parte do meu processo de crescimento, desenvolvimento e autoconhecimento. Eu não me tornei líder; eu nasci líder. De forma natural, essa característica foi sendo aprimorada e hoje é um traço marcante do meu perfil, algo que busco fortalecer diariamente.

Qual foi o maior desafio que te transformou na mulher e na profissional que você é hoje?

O maior desafio que me transformou na mulher que sou hoje foi, sem dúvida, a maternidade. Sou mãe de dois, e a maternidade me desafia e me transforma diariamente – para melhor. Ninguém se torna mãe e se torna um ser humano pior; salvo raras exceções, a maternidade aprofunda e potencializa o que já há de bom dentro de nós.

Como profissional, meu maior desafio é ser forte enquanto líder sem perder a doçura. Ser firme sem abrir mão da minha essência feminina. Esse é o exercício diário que mais me exige e mais me constrói.

Que conselho você daria para outras mulheres que sonham em liderar, mas ainda duvidam do próprio poder?

O conselho que eu daria – e que costumo dar – a quem deseja exercer a liderança é, antes de tudo, buscar o autoconhecimento. Ser líder é se colocar no lugar do outro todos os dias, mesmo quando muitas vezes não há ninguém para se colocar no seu.

Sempre digo, sem a intenção de desanimar, que a caminhada da liderança é, em muitos momentos, solitária. Não é simples cobrar, exigir e manter relações saudáveis sem que algumas pessoas levem isso para o lado pessoal.

A liderança é, sim, uma trajetória parcialmente solitária. E é fundamental compreender que o líder nunca irá agradar a todos. Ainda assim, deve seguir comprometido com a melhoria e o bem-estar de todos que estão sob sua responsabilidade.

Como você equilibra resultados e humanidade na forma de liderar?

Equilibrar resultado e humanidade na liderança é lidar com dois extremos. Hoje se cobra muito por resultados e, na maioria das vezes, eles nunca são suficientes. Quando você alcança o que foi proposto, surge um novo desafio, maior. E seguimos nesse ciclo constante e, muitas vezes, insaciável de metas e exigências.

Nessa caminhada, muitas vezes se perde de vista que, por trás de cada resultado, existem pessoas. Existem sentimentos. E esse é um ponto que sempre faço questão de lembrar: antes de números, há vidas que precisam ser consideradas, respeitadas e cuidadas.

O que significa, para você, fazer parte de uma geração de mulheres que estão mudando o mundo do trabalho?

Eu sempre quis estar onde estou hoje. Sempre desejei ocupar uma posição de destaque – não pela visibilidade em si, porque a quem mais é dado, mais é cobrado –  mas para superar meus desafios internos. Mesmo nos momentos em que a gente duvida do próprio potencial, eu conseguia enxergar em mim, nos meus esforços e na minha dedicação, que eu era merecedora de chegar até aqui. Cada degrau foi conquistado.

E, apesar de estar apenas no início da minha trajetória, aos 39 anos, olho para trás e vejo uma história que me orgulha. Uma trajetória de sucesso em construção, na qual eu reconheci e trouxe muita gente comigo. Porque ninguém cresce sozinho. E, quando você cresce, precisa puxar outras pessoas também, reconhecer o talento de quem está ao seu lado e ajudá-las a alcançar posições de destaque.

Outro dia escrevi sobre isso: quando estiver no palco, brilhe, viva intensamente aquele momento e olhe para a arquibancada para reconhecer quem torce por você. Mas, quando chegar a sua vez de estar na arquibancada, celebre com a mesma força quem está no palco brilhando. É assim que seguimos.

Quando você se manifesta, com voz, atitude e propósito, o que sente que se transforma ao seu redor? E de que forma gostaria que isso inspirasse outras mulheres?

Cada vez que me manifesto, que me expresso e comunico o que sinto, meus posicionamentos e convicções, percebo um retorno muito positivo das pessoas que me acompanham. Quem caminha comigo, no dia a dia, se identifica com o que compartilho porque trago verdades. Tenho uma meta de vida: viver o que eu prego e pregar o que eu vivo. Por isso, dificilmente você me verá verbalizar algo que não faça sentido para mim ou que não seja parte da minha verdade.

Procuro sempre refletir antes de falar e trazer aquilo que acredito que pode agregar à vida das pessoas. Quando uma emoção se fortalece dentro de mim, sinto que ela precisa ser manifestada, verbalizada e compartilhada — para encorajar quem me observa e, ao mesmo tempo, para que eu também possa cuidar das minhas dores e feridas. Quanto mais falamos, mais avançamos no processo de cicatrização e amadurecimento, porque todos carregamos marcas.

Eu compartilho porque acredito no poder das experiências compartilhadas. Elas oferecem inspiração, referência e força. E, a partir do que vivi e manifestei, outras pessoas também podem crescer, se reconhecer e se desenvolver.

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Foto de Manifesta Feminina

Manifesta Feminina

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