Paloma de Jesus Nascimento é fisioterapeuta graduada pelo Centro Universitário Jorge Amado (UNIJORGE) e especialista em terapias integrativas. Ao longo de mais de 15 anos de atuação, construiu uma trajetória marcada pelo cuidado humanizado e pela escuta sensível, passando por diferentes áreas da fisioterapia – da reabilitação física e ergonomia à atuação em UTI e Saúde Coletiva.
Atualmente, é preceptora de Saúde Comunitária na UNIJORGE e desenvolve atendimentos nas áreas de Microfisioterapia, Barras de Access, ThetaHealing, Reiki e outras práticas integrativas, com o propósito de promover o equilíbrio físico, emocional e energético de seus pacientes.
Com uma visão ampla do ser humano e da saúde como processo integral, Paloma acredita que cada toque, gesto e presença pode ser um caminho de transformação. Mãe de Sofia e Malu, encontra na maternidade e no autoconhecimento sua principal fonte de inspiração para seguir cuidando de si, do outro e do mundo.
Venha se inspirar com a história dessa mulher que manifesta- com muito amor – seu poder no mundo:

Sabe, às vezes eu olho pra minha história e penso como tudo parece se encaixar, mesmo quando lá atrás parecia caos. Eu nasci em Camaçari, filha de José Augusto e Jacira – um caminhoneiro e uma dona de casa – e cresci cercada de amor, mas também de desafios que moldaram quem sou hoje. Quando eu era criança, meu pai sofreu um acidente de moto. Foi um susto enorme, e nossa vida virou de cabeça pra baixo. Lembro do cheiro de hospital, das idas e vindas, e de como a fisioterapia devolveu a ele o movimento e a esperança. Naquele momento, sem saber, a semente do que eu viria a ser já estava sendo plantada.
Alguns anos depois, aos 14, descobri que tinha escoliose. Usei colete, fiz RPG, e nada adiantava. Precisei operar a coluna – uma artrodese toracolombar – e, mais uma vez, a fisioterapia entrou como luz no meio da dor. Foi ela que me ajudou a levantar, a retomar a vida, a acreditar que o corpo tem uma força que vai além da matéria. Naquele toque cuidadoso, eu entendi que havia algo de sagrado em cuidar.
Eu cresci com o sonho de fazer medicina, mas a vida me ensinou outros caminhos. Estudei, trabalhei, tentei administração, mas o coração pedia mais sentido. Até que encontrei a fisioterapia. Quando entrei na Unijorge, em 2006, eu não fazia ideia do quanto aquela escolha me transformaria. Foram anos intensos – trabalhava o dia inteiro, estudava à noite, e no meio de tudo isso nascia uma mulher resiliente, que não desistia de ser ponte entre dor e cura.
Meu primeiro trabalho foi no Cuidar, e nunca vou esquecer de Geraldo, um paciente que chegou deitado numa maca e, depois de muita dedicação, deu seus primeiros passos comigo. Todo mundo chorou naquele dia. Ali eu entendi, de verdade, o poder do cuidado.
A vida foi me levando por outros caminhos – ergonomia, saúde coletiva, UTI – e foi ali, durante a pandemia, que vivi um dos maiores desafios da minha vida. Ver tantas vidas se apagando foi devastador. Sobreviver àquele tempo foi renascer. Depois disso, ser professora veio como cura: ensinar me reaproximou do propósito e me lembrou do porquê comecei.
E junto com tudo isso, veio o meu maior presente: ser mãe. Sofia e Malu – duas luzes que me ensinam todos os dias a cuidar, mas também a cuidar de mim. Porque, sim, esse é um dos maiores desafios: ser terapeuta, mãe, mulher… e ainda lembrar que eu também preciso de colo. Aprendi, com o tempo, que não há como curar o outro se a gente não se permite olhar pra dentro. O autocuidado é o solo onde o amor floresce.

Hoje, atuo com as terapias integrativas e, especialmente, com a Microfisioterapia – uma técnica que me escolheu tanto quanto eu a escolhi. E percebo o quanto o autoconhecimento e a saúde emocional transformam a vida das mulheres. Quando uma mulher se reconhece, ela volta a ocupar o lugar de poder, de amor, de presença. Ela se cura e cura o que está ao redor.
O que mais me emociona no meu trabalho é ver o brilho voltando no olhar de quem chega fragilizado. É presenciar o instante em que o corpo responde, o coração se abre e a alma respira aliviada. É perceber que o meu toque – aquele mesmo que um dia me curou – hoje é instrumento para curar o outro.
Quando eu me permito ser inteira, quando me manifesto com verdade e sensibilidade, sinto que algo muda ao meu redor. É como se o espaço se preenchesse de uma energia boa, viva, que acolhe e transforma. E aí tudo faz sentido.
Ser mulher e terapeuta, pra mim, é viver em movimento: cuidar, sentir, recomeçar. É honrar a menina que um dia precisou ser cuidada, e hoje cuida com amor, e com a alma inteira.

