Jociane Santos traz na própria trajetória a força de quem transforma visão em caminho. Publicitária, pós-graduada em marketing, nascida e criada em Camaçari, ela construiu sua jornada empreendedora unindo criatividade, coragem e propósito. Mãe de Maitê, carrega na maternidade parte da sua motivação diária. Inspirada pela frase “O sonho do careta é a realidade do maluco”, de Raul Seixas, Jociane faz do empreendedorismo um espaço de liberdade, experimentação e autenticidade através da JS Soluções Financeiras – e é dessa história que ela nos fala hoje.
Como surgiu a ideia do seu negócio?
Durante muito tempo eu imaginava ter uma segunda renda além do meu salário, não pelo fato de não conseguir pagar minhas contas, mas pelo fato de saber que eu tinha capacidade de me proporcionar uma realidade melhor. No início, o meu objetivo era somente curtir com o “dinheirinho” extra que fazia, por diversos meios: avon, bijuterias, sexshop, e até vender caldo de cana na feira. O espírito empreendedor nunca me abandonou, mas o medo de largar o CLT era maior, então passava por maus bocados, mas não largava o fixo. A inquietação era tão grande em empreender em algo físico que eu não enxergava como era boa com números e planejamento financeiro. Por diversas vezes ajudava meus amigos, já com aconselhamento financeiro, emprestando cartões e ainda conseguia quitar todas as minhas dívidas sem me prejudicar.
Nunca cobrei um centavo por isso, então não via essa atividade como lucrativa. Até um dia, que comecei a enxergar como uma oportunidade de negócio, e cobrava uma taxa simbólica para emprestar meus cartões de crédito, essa taxa foi bem administrada, e assim surgiu o JS Soluções Financeiras. Hoje eu trabalho exclusivamente com isso e estou tendo a oportunidade de ver minha primeira filha crescer de perto. O que sei que é um privilégio.
O que te moveu a transformar essa ideia em ação?
A JS já era uma realidade, mas eu ainda trabalhava como coordenadora comercial em uma escola de cursos em Camaçari. Porém, essa segunda renda não era suficiente, então, ainda era refém do CLT. Foi aí que em janeiro de 2024, o primeiro sinal veio! Uma crise muito forte de ansiedade aconteceu e eu perdi completamente o controle da minha vida e das minhas emoções, nada mais me motivava e aquilo era assustador, porque eu sempre fui uma pessoa controlada e planejada, e aquilo me destruía por dentro. Comecei a juntar coragem para pedir meu desligamento da empresa. Em março do mesmo ano, descobri a gravidez e aí eu tive mais certeza que não poderia continuar naquela vida, tendo agora uma pessoa que iria depender de mim. E foi ela: “Maitê”, minha maior motivação, eu precisava estar bem mentalmente para criar meu maior amor. Continuei trabalhando até ela nascer, e logo após a licença maternidade, pedi demissão. E hoje eu me sinto livre e realizada com meus produtos financeiros e o sorriso da minha filha todos os dias, o dia inteiro.
Quais foram os maiores desafios que você enfrentou nesse caminho, e como superou?
O maior desafio foi a confiança. Quando se fala de dinheiro e pessoas, você precisa ter muuuuuuito jogo de cintura para não levar prejuízo e nem perder a amizade (risos). Lembro que minha família não acreditava que isso poderia virar minha renda principal e dava risada toda vez que eu falava que estava trabalhando de casa. Mas eu não julgava, pois no início até eu mesmo não acreditava (risos), o que é muito comum. Mas eu acredito que as coisas acontecem quando tem que acontecer, e aos pouquinhos a empresa foi tomando forma, e hoje eu tenho clientes maravilhosos e rotineiros.
Que poder essa Ideia gerou em você e no mundo ao seu redor?
O poder da liberdade, de poder acordar todos os dias sem pressa, sem cobrança, sentir o cheirinho da minha filha, sentir ela tocar meu rosto. Mudou também a minha ansiedade desenfreada, me trouxe paciência e paz. Coisas que o dinheiro não paga, mas foi ele que me proporcionou. Fazer o dinheiro trabalhar para mim, e não o contrário, foi a melhor decisão que tomei na vida. Hoje minha família me tem por completo, estou mais disposta e disponível para ter longas conversas com meus pais, com meu esposo, brincar com minha filha. Tudo isso se deu depois que virei a chave. Hoje tenho uma rotina de trabalho muito mais flexível. Planejamento é tudo!
O que você não sabia quando começou e que, se soubesse, teria feito diferença?
A experiência vem com o tempo, e sinto que estou no caminho, pois sempre há algo para aprender. Não existe algo que eu possa ter feito diferente, pois acredito que tudo contribuiu para que eu pudesse sair do CLT hoje. Eu só acho que deveria ter escutado minha intuição mais cedo para o mercado financeiro, em vez de ficar negando como algo não lucrativo. Desse modo, evitaria os problemas de ansiedade, que me geraram uma crise terrível. Mas como já citei, acredito que tudo que tiver de acontecer, vai acontecer! A gente só precisa canalizar nossas emoções para o nosso bem.
O que você quer deixar como legado para as mulheres se inspirarem em você?
O medo é o maior obstáculo! Isso é um fato, ainda mais quando se tem filho, casa, responsabilidade. Mas o medo pode ser usado como estratégia de cautela e não de freio. No mercado financeiro, cautela é a palavra de ordem, todo passo dado precisa ser bem pensado. Então pra quem pensa em entrar nessa área, a paciência e a cautela são suas maiores ferramentas.
Mas o retorno é lindo, graças a Deus pude contar com pessoas maravilhosas no caminho que me impulsionaram e me fizeram acreditar que era possível, e eu só pude acreditar, pois essas pessoas já estavam onde eu desejava, um dia, chegar.
Então, se aproximem de pessoas que vocês admiram pelo caráter, força, ambição e amor pelo o que fazem. Pois, por mais que minha área seja “dinheiro” o que me motivou não foi ele, e, sim ,a liberdade que ele me proporciona.
