
Mais de 10 milhões de mulheres empreendem no Brasil. O número é expressivo, mas falar sobre empreendedorismo feminino exige ir além da narrativa romantizada da “mulher guerreira que dá conta de tudo”.
Embora empreender traga ganhos importantes — autonomia, criatividade, rede de apoio e novas possibilidades de renda, a realidade das mulheres que lideram negócios no país ainda é marcada por desigualdades estruturais.
Mulheres empreendedoras: ainda ganham menos que homens; enfrentam taxas de juros mais altas na tomada de crédito; e estão entre as mais afetadas pela Síndrome de Burnout. A desigualdade racial também é evidente: apenas 24% das mulheres negras têm negócios formalizados, ante 41% das mulheres brancas.
Dados da startup Olhi (2024) revelam que 63,4% das empreendedoras acumulam trabalho profissional e tarefas domésticas, dedicando mais de oito horas por dia ao negócio e outras duas a quatro horas aos cuidados da casa.
A pesquisa Empreendedorismo Feminino, do Sebrae, mostra que 42% das empreendedoras já testemunharam situações de preconceito contra outra mulher dona de negócio, enquanto 25% afirmam ter sofrido discriminação diretamente.
O Panorama do Empreendedorismo Feminino no Brasil aponta ainda que 95% dos negócios liderados por mulheres nunca atingiram faturamento de seis dígitos. Os dados não refletem falta de competência — apontam, sim, um cenário de obstáculos que limita o crescimento feminino.
Neste Dia Mundial do Empreendedorismo Feminino, o manifesto é claro: é urgente ampliar políticas públicas que garantam às mulheres condições reais de existir, produzir e crescer sem serem silenciadas, exploradas ou invisibilizadas.
Mulheres merecem prosperar com segurança, respeito, liberdade e autonomia.

